Eita! Cidades

Cidades são espaços geográficos. São construídas às margens de rios férteis; ou em cânions fáceis de defender de inimigos; ou perto de recursos naturais; ou em planaltos áridos e esquecidos, como monumentos de nosso poder de alterar o mundo.

Cidades são espaços políticos. As regras mudam de um lugar para outro, como se por magia. Duas cidades vizinhas seguem a mesma letra da lei, mas podem executá-la de maneiras completamente diferentes. Uma mudança em uma grande cidade pode repercutir no mundo inteiro, mas algumas pessoas lutarão mais ainda pelo cargo de vereador de um pequeno vilarejo.

Cidades são espaços sociais. Ninguém vive sem alguém para fornecer comida, alguém para levar embora seu lixo, ou alguém para manter as estradas. As cidades são feitas de pessoas e as pessoas são a alma da cidade. Você pode tirar a criança da cidade, mas não pode tirar a cidade da criança.

Cidades não são apenas centros urbanos; às vezes são estações espaciais, ilhas flutuantes, domos isolados. Às vezes elas não têm tijolos ou madeira: se escondem nos sonhos, nas memórias, ou em bits e bytes. Às vezes elas são somente tijolos e madeira: ruínas esquecidas, desabitadas, esqueletos cujos fantasmas ainda causam assombro.

De cidades insondáveis que tomam planetas inteiros até pequenos vilarejos em que todos se conhecem; de comunidades utópicas a prisões sem grades que moem seus habitantes; de cidades que pairam sobre as nuvens a cidades ocultas nas profundezas da terra; mostre-nos suas cidades, as pessoas que vivem nela, o que desejam e no que acreditam.

Neste novo edital, a Eita quer conhecer cidades fantásticas.

Confira nosso regulamento para submissões e envie seu conto.

Abaixo, mais detalhes sobre o que esperamos dos textos que serão selecionados para a edição que sai no segundo semestre de 2022.

O que caracteriza um conto de ficção especulativa

Uma história que contenha elementos que não existem ou nunca existiram no mundo real; histórias que se passam em universos criados; histórias que se passam num futuro distante, etc. Essencialmente, textos que se enquadram nos gêneros fantasia, horror, ficção científica e seus subgêneros são todos ficção especulativa.

Do que falamos quando falamos de fantasia

A Eita! Magazine também é uma revista de ficção insólita. Nós não usamos muito esse termo, porque é um pouco acadêmico; geralmente, dizemos que é uma revista de fantasia e ficção científica, o que é bem parecido, mas pode trazer algumas dúvidas. O que é fantasia, afinal?

Quando se fala em fantasia, a mente de algumas pessoas vai direto para fantasia épica. Pensam em Senhor dos Anéis, com anéis mágicos que podem destruir reinos inteiros. Pensam em Guerra dos Tronos, com dragões vorazes e ameaças imparáveis escondidas nos rincões da civilização. Pensam em pessoas poderosas, com poderes espetaculares e o destino do mundo em suas mãos.

Fantasia pode ser isso, mas pode ser muito mais.

Quando falamos de fantasia, falamos de um elemento que não existe no mundo “real” como o conhecemos. Não precisa ser algo grande. Pode ser uma pessoa, uma voz, um objeto. Pode ser um rasgo flutuando em cima do sofá da sua sala. Pode ser qualquer coisa, desde que saia do mundo como o conhecemos. Fantasia pode ser épica, mas também pode ser pessoal. Pode ser algo que muda a vida de uma pessoa, de uma casa. E nós estamos interessados em todas essas histórias.

O que estamos procurando

Queremos histórias curtas (de até 3000 palavras), no gênero ficção especulativa, que tenham uma estrutura narrativa coerente, com personagem ou personagens marcantes, e que tragam o elemento cidade como assunto principal ou como elemento importante no texto.

O que não estamos procurando

Descrição de cidades sem nenhuma narrativa acontecendo, textos que incitam conflitos regionais sem acrescentar nada à trama principal, descrições explícitas de abatimento de animais com crueldade e sem acrescentar nada à narrativa, histórias sobre sua aventura de RPG, gordofobia, racismo, capacitismo, sexismo e abuso infantil.

Para ajudar um pouco, criamos uma sessão aqui no site onde os nossos editores escreveram que tipo de história eles gostam de ler. Confira aqui.

Leia o nosso edital atentamente antes de enviar a sua história.